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terça-feira, 17 de março de 2009

O impacto ambiental no Arroio Dilúvio: a enfermidade da água

O impacto ambiental urbano pode ser medido pela qualidade da água dos arroios que atravessam a cidade. O Arroio Dilúvio, com 14 km de extensão, é um dos melhores exemplos para demonstrar como o incremento da densidade de edificação e das atividades ao longo de seu curso aumentam o impacto ambiental. O diagnóstico ambiental do Dilúvio revelou a existência de três zonas de distintos graus de qualidade de água. Na zona de baixo impacto, região das cabeceiras onde se encontram as nascentes do arroio próximas ao parque Saint-Hillaire e as encostas do Morro Santana, as águas ainda são cristalinas. Com densidade de edificação muito baixa, nessa região os cursos de seus afluentes são, na maior parte dos casos, ainda naturais. Na zona de médio impacto, que se refere ao segmento intermediário situado entre a Avenida Antonio de Carvalho e a Rua Vicente da Fontoura, as águas já se encontram comprometidas.

Região das nascentes: zona de baixo impacto

Nesse trecho, o leito principal do arroio e os de alguns de seus afluentes estão canalizados. Na zona de alto impacto, que se refere ao segmento final do Dilúvio, desde a Rua Vicente da Fontoura até a foz no Lago Guaíba, o estado das águas é crítico e permite avaliar as conseqüências da urbanização sobre a drenagem natural das águas. Nessa zona, o canal do arroio foi retificado. As diferenças entre a situação atual e a original podem ser visualizadas pela comparação entre o mapa e os blocos-diagramas abaixo e a reconstrução da sub-bacia realizada a partir de mapas antigos.

Próximo a Rua Vicente da Fontoura: zona de médio impacto

A análise dos indicadores químicos e biológicos das águas ao longo do curso do arroio permitiu o estabelecimento de um gradiente de qualidade da água e a delimitação de zonas com qualidade ambiental diferenciada. Os resultados sintetizados no Mapa de Zoneamento Ambiental do Arroio Dilúvio e nos blocos-diagramas mostram que as regiões do arroio próximas às áreas urbanizadas apresentam os maiores graus de poluição, ao contrário do que ocorre nas suas nascentes, onde os valores são bem mais baixos. A elevação dos indicadores de poluição orgânica e a redução de valores de oxigênio dissolvido na água em direção a foz são diagnósticos do aumento da poluição. A coincidência desse padrão com o aumento da intensidade de ocupação urbana das margens do arroio nessa direção indica que a atividade antrópica é o principal fator de comprometimento da qualidade ambiental da água estudada. Até mesmo algumas nascentes do arroio estão parcialmente comprometidas, como indica a quantidade de coliformes fecais ali registrados.


Desembocadura no Guaíba: zona de alto impacto

A zona de baixo impacto apresenta os menores teores de poluentes do tipo orgânico. Todavia, pode-se observar em alguns segmentos a presença de coliformes fecais indicando ocupação urbana. Na zona de médio impacto, há um aumento significativo de coliformes fecais e a ocorrência de poluentes inorgânicos. Na zona de alto impacto, todos os parâmetros apresentam teores máximos para a bacia do Dilúvio, destacando-se a quantidade de poluentes orgânicos e inorgânicos.

Autores: Maria Luiza Porto e Paulo Luiz de Oliveira

Fonte: Atlas ambiental de Porto Alegre. Rualdo Menegat (Coord.). Ed. Universidade/UFRGS, 1998. Pg. 174

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