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terça-feira, 24 de março de 2009

Serviços de saneamento



A proteção contra inundações e a drenagem urbana

Porto Alegre, situada nas margens do Lago Guaíba, ocupa uma posição geograficamente estratégica, mas também perigosa. No lago desaguam os rios Jacuí, Caí, Sinos e Gravataí, em cujas nascentes ocorrem as maiores precipitações pluviométricas do Estado, principalmente nos meses de agosto, setembro e outubro. Em razão disso as inundações resultantes da subida do nível das águas do lago (cuja lâmina d’água, em tempo seco, situa-se na altitude de um metro) foram freqüentes ao longo de sua história. A maior delas ocorreu em 1941, quando grande parte do centro da cidade ficou inundado, deixando flagelados setenta mil habitantes. As águas subiram até a altitude de 4,75 m, superando a de 3,50m, registrada em 1873, e a de 3,22m, ocorrida em 1936, as maiores até então conhecidas. Cheias como a de 1941 possuem uma recorrência de 125 anos.
Além disso, em períodos de chuva intensa, as áreas baixas, situadas na planície fluvial no Rio Gravataí e do Arroio Dilúvio, ficam constantemente alagadas. Enquanto a inundação é o resultado da elevação do nível da água do lago, o alagamento é causado pelo não escoamento da água da chuva. Cerca de 35% da área urbanizada de Porto Alegre situa-se nas terras baixas, com altitude inferior a 3 m, estando apenas 2 m acima do nível médio da lâmina d’agua do Lago Guaíba. O sistema de proteção contra inundações implantado em Porto Alegre é integrado com a drenagem pluvial e procura solucionar os dois problemas.
O sistema de proteção, de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), foi projetado para cheias de altitudes de até cinco metros, as quais podem ocorrer a cada 370 anos. A proteção de regiões inundáveis foi feita pela construção de 68 km de diques externos, diques internos e de uma cortina de proteção, chamada de Muro da Mauá, implantados na década de 70. Os diques externos situam-se nas margens do lago e do Rio Gravataí. Conciliando a infra-estrutura de transporte com a de proteção, os diques estendem-se desde a confluência da Avenida Assis Brasil com a Auto-Estrada, passando pela Avenida Castelo Branco, Muro da Mauá e Avenida Edevaldo Pereira Paiva, até a Avenida Diário de Notícias. Os diques internos, construídos nas margens dos principais arroios, formam um sistema de pôlderes nas regiões mais baixas. Em cada pôlder há uma casa de bombas e comportas que, ao mesmo tempo em que impedem a entrada de água, permitem a retirada da água acumulada dentro da área protegida de forma independente e ágil em caso de inundação e alagamento.
O sistema de drenagem pluvial, projetado para as chuvas fortes que podem ocorrer a cada cinco anos, escoa separadamente as águas da chuva (cuja precipitação média é de 110 mm) das regiões altas e baixas. Nas regiões altas acima da altitude de cinco metros, o escoamento é recolhido através de condutos forçados (macrodrenagem) e lançado diretamente no lago, dispensando o uso da casa de bombas. Nas áreas baixas, a rede pluvial recolhe as águas por meio de bocas de lobo (microdrenagem) e as conduz por galerias até as casas de bombas, que, acionadas aceleram a retirada da água por meio de canais de expurgo. Entretanto, quando as chuvas ocorrem de forma muito intensa, superando a capacidade do sistema, ou quando, eventualmente, as bocas de lobo estão entupidas, o excesso de águas nas galerias origina alagamentos.

Fonte: Atlas Ambiental de Porto Alegre. Rualdo Menegat (Coord.). Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1998. Pg. 175 e 176.

Autores: Maria da Graça Ilgenfritz e Vicente Rauber

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