A Ponte de Pedra, o Pão dos Pobres e o Riacho.
Fonte: Museu Municipal Joaquim José Felizardo.
Autor e data desconhecidos
Fonte: Museu Municipal Joaquim José Felizardo.
Autor e data desconhecidos
Quem contempla a atual Ponte de Pedra, na Praça dos Açorianos, pode imaginar o antigo braço do Riacho que conduzia as águas do Dilúvio até o Lago/Rio Guaíba (que naquela época era muito mais rio do que lago). Mas a dúvida sempre fica sobre o que havia no outro lado da ponte, já que na margem do centro existia a famosa Praia do Riacho, que já descrevemos em outra postagem:
Nesta entrevista que apresentamos aqui, Célia Souza Machado nos conta suas lembranças da infância, quando ajudava o pai a vender carvão na ponte de pedra, em meados dos anos 1940/1950. Essa entrevista foi gravada no contexto de produção do documentário Arqueologias Urbanas: Memórias do Mundo, que foi financiado pelo FUMPROARTE em 1997, tendo sido dirigido por Ana Luiza Carvalho da Rocha e Maria Henriqueta Creydi Satt. O documentário investiga a memória da cidade de Porto Alegre a partir das trajetórias e estórias de trabalhadores do Mercado Público e seu entorno. Célia conta no documentário suas memórias das águas, tendo sido esposa de marinheiro e tendo trabalhado nos bares e restaurantes da região do Mercado e do Cais do Porto que atendiam a esta população embarcada. Mas sua memória começa justamente embarcada nas águas do riacho, que aparece como um caminho possível para os portoalegrenses surgidos de outras paragens, como a família de Célia, oriunda da região das Charqueadas, no RS.
No relato de Célia se confirma uma imagem diferente da atual paisagem da cidade. Os usos da ponte e do riacho que corria sob ela davam a essa região um ar de “fundos” da cidade, em relação a sua área comercial em torno do Cais e do Mercado Público. A cidade parecia acabar ali, exatamente onde se expressava a separação entre a Cidade Alta (os casarões da Av. Duque de Caxias) e a Cidade Baixa com suas moradas populares. Uma relação que se alterou com os aterros, a construção da Av. Borges de Medeiros e o avanço da cidade em direção à Zona Sul. As imagens que compõe a crônica foram produzidas igualmente para o documentário Memórias do Mundo, que pode ser encontrado no Banco de Imagens e Efeitos Visuais (BIEV) junto ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRGS: www.biev.ufrgs.br
Arqueologias Urbanas - Memórias do Mundo
Direção: Ana Luiza Carvalho da Rocha e Maria Henriqueta Creydi Satt
Direção de Fotografia: Sadi Breda
Financiamento: FUMPROARTE - 1997
3 comentários:
Quando falo sobre uma vila que havia no entorno da ponte de pedra, nos idos de 40 50 do seculo passado, me refiro sobre uma vila de ferroviarios, onde morei, decada de 50, anexa a estação do riacho.Pois para o bem da história, até agora, só eu tenho me referido a este lugar. Pois nem mesmo esta narrativa da Celia faz qualquer referencia à esta invisível localidade...Nota-se que ela não deu importância ou simplesmente se ligou ao fato de o pai, que embarcado chegava ali pelo riacho só para comerciar carvão, que pela época da narrativa, havia na entrada da vila um entreposto que negociava o carvão,até o início da década de 50...Continuo na busca de fotos deste lugar, a vila dos ferroviarios, que ficou pelo visto, viva só na minha memória...E que vou resgatar num livro, que versará sobre a história deste mágico local, da história de Porto Alegre...
albertoxerife@gmail.com
Para fazer este comentário acima, tive que me identificar, e sem saber acabei criando um blogg, digo sem saber, pq sou neófito no trato das coisas do computador...Mas vou aprendendo na medida que faço uso desta mídia...Agora vou usar o espaço, para transmitir tópicos de minhas memórias, que apesar de obscuro cidadão, faço parte desta cidade...
Que demais!!!
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